quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cinco Quartos da Laranja


Título: Cinco Quartos da Laranja
Autora: Joanne Harris
Editora: Record
Páginas: 414

Quando o Desafio Literário 2012 foi lançado, achei uma delícia, literalmente, começar janeiro lendo literatura gastronômica ou cozinha-ficção. Até porque sei que os livros têm umas receitinhas, quem sabe eu não me animo pra finalmente ir pra cozinha, afinal é um dos itens do projeto das 101 coisas. Mas vamos ao livro.

Cinco Quartos da Laranja é um daqueles livros que a gente encontra por acaso, estava eu atrás de Chocolate (livro da mesma autora) quando me deparei com 5/4(pros íntimos), comecei a ler resenhas sobre ele e descobri que unia dois assuntos que eu amo: comida e 2° Guerra Mundial, daí não teve jeito ele já esta tanto tempo na fila de espera, já foi folheado tantas vezes esperando que a intenção de começá-lo se concretizasse que por fim não havia como escolher outro modo de dar início a exploração desse tema.
Foi fácil ler 5/4 e ao mesmo tempo muito difícil, a leitura é cheia de conexões com o passado e prefácios de um futuro que ainda esta ali na esquina do livro.
Framboise é a narradora do livro, e a protagonista da história. Quando sua mãe morre, ela recebe de herança seu livro de receitas e o irmão Cassis recebe a velha fazenda onde moravam quando crianças. Framboise então compra as terras que Cassis ganhou por herança e passa a viver nelas como a viúva dona de uma creperia em que faz as receitas deixadas por sua mãe.
Porém Framboise descobre que a velha fazenda não é apenas uma terra esperando por reformas, mas sim um cemitério em que se encerra bem mais que fantasmas do passado. E que o livro de receitas deixado por sua mãe não é apenas um livro e sim um diário forte como uma onda que arrasta e leva Framboise diversas vezes a uma praia chamada nostalgia.
Juntamente com a narração do passado, vão se entremeando fatos do presente e se anunciando um futuro próximo. Muitas coisas vão se repetindo na vida de Boise, o amigo da infância que também o será na velhice, os conflitos com sua mãe que agora se refletem em seus conflitos com suas filhas e muitos outros trechos.

Fomos criados contendo nossos sentimentos, não é um hábito que possa ser facilmente abandonado.”

Adorei ter as suas duas visões, aquela de quando ela ainda era uma moleca fazendo suas arteirices de criança, e depois como uma idosa revivendo suas arteirices, e aprontando algumas também.
E quanto às receitas? Bem, na verdade elas servem mais pra esconder os segredos do livro do que para serem copiadas ou feitas, até porque aquelas que não apareciam somente trechos também não me interessaram o bastante pra eu ir pra cozinha.

Eu jamais procurava saber a causa, simplesmente evitava os efeitos o melhor que podia.”

Porém a principal lição que tirei do livro foi aquela de que a vida nem sempre nos dá todas as ferramentas pra tomarmos as decisões nos momentos em que queremos, as vezes, só muito mais tarde é que teremos todas aquelas informações que nos foram negadas e dái vai nos caber tomar outra decisão: “lamentar ou se orgulhar do passado, embora nem sempre tenhamos acertado em nossas escolhas”.

Avaliação 4/5

É isso

Bjocas

Esse post faz parte do Desafio Literário 2012 , e o tema para janeiro é Literatura Gastronômica.

Um comentário:

  1. Adorei a resenha! Você escreve muito bem e me deixou com vontade de ler o livro (do qual eu nunca tinha ouvido falar, diga-se de passagem).

    bjs!

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Obrigado por visitar meu cafofo e deixa-lo mais aconchegante!