sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A Lista de Schindler

A Lista de Schindler
Thomas Keneally
380 páginas
Editora Record
Não é segredo pra ninguém o fascínio que tenho pelo “Holocausto”, pelas histórias de sobrevivência e de morte que colocam em evidência os erros e acertos da humanidade neste período.
Por outro lado sempre fico com um pé atrás com os ditos “salvadores” do holocausto(e de qualquer coisa pra ser sincera!), às vezes penso que eles não fizeram mais do que a obrigação afinal o que se deve eleger quando a vida e a morte de outras pessoas é uma questão de escolha nossa? Mas às vezes, quando paro pra refletir, não consigo me imaginar fazendo minhas escolhas em meio a tanta injustiça, se o futuro de outras pessoas estava nas mãos dos heróis do holocausto, o próprio presente deles também andava em uma corda bamba que podia balançar muito por qualquer atitude errada.
A figura de Schindler é no mínimo excêntrica no meio de tudo isto, é o famoso bon vivant que de repente se vê forçado a decidir o futuro das pessoas ao seu redor. Pra mim é muito difícil aceitar que ele poderia ter se omitido, afinal pra mim é normal que sejamos todos iguais e que nossas vidas tenham o mesmo valor.  Mas não me é indiferente o fato de que Oscar Schindler era de uma tamanha sensibilidade, já que o comum na época era ele se julgar melhor e deixar o barco correr. E não, não me ajudou a desmistificar o herói do Holocausto, pois Oscar era totalmente incoerente, se por um lado ele ganhou muito dinheiro com a guerra, por outro ele gastou muito em beneficio dos judeus, se ele tinha círculos de amizade com os mais altos oficiais alemães, ele também era considerado amigo pelos mais esfarrapados dos judeus. Um verdadeiro paradoxo.
O livro é forte do começo ao fim, com momentos de tirar o fôlego iguais aos que grandes clássicos de aventura podem proporcionar, só que há uma diferença, tudo aconteceu, tem momentos terrivelmente tristes e nojentos onde nos perguntamos qual é o limite máximo de maldade a que um ser humano pode chegar?
Bem, não quero falar muito sobre a historia do livro em si, penso que cada um deve ler e tirar suas próprias conclusões, aliás mais um livro que deveria ser leitura obrigatória nas aulas de história.  Perdi tanto tempo tendo que decorar datas inúteis, e me pergunto: será que ainda fazem isso com as crianças?!
Assisti ao “Menino do Pijama Listrado” no domingo e nos extras há uma entrevista em que falam da importância de manter viva a história do holocausto pras novas gerações que não viveram isto, que não tiveram contato e não estão mais ouvindo estas histórias, eu também faço parte de uma geração que não viveu o Holocausto mas pretendo manter vivo os erros que cometemos, só assim temos uma chance de não tornar a cometê-los.
É isso
Bjocas
Avaliação 4/5
Este post faz parte do Desafio Literário cujo tema para o mês de maio era Fato Histórico

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